domingo, 14 de setembro de 2008

REVOLUÇÃO CUBANA

Cuba conseguiu libertar-se da Espanha em 1898, com um exército comandado por José Martí composto em sua maioria por ex-escravos que, apesar de portarem facões, venceram soldados armados de fuzis e baionetas.
Apesar de politicamente independente, o país passou a ser quase totalmente dominado pelos norte-americanos. Estes compravam a maior parte do açúcar cubano, o principal produto de exportação da ilha, e se aproveitavam disso para impor sua tutela. Essa dominação foi oficializada em 1901, através da imposição da Emenda Platt, por meio da qual os norte-americanos se reservavam o direito de instalar bases militares no país e de intervir militarmente toda vez que considerassem seus interesses ameaçados.
Quase toda a riqueza de Cuba estava nas mãos de poucas famílias nativas e de empresas norte-americanas instaladas no país. Enquanto isso, milhões de cubanos alimentavam-se mal, moravam em barracos e viviam de empregos temporários. Os camponeses, por exemplo, tinham trabalho garantido apenas entre dezembro e maio; e a imensa maioria não sabia ler.
Foi nesse cenário marcado por intensa desigualdade social que um grupo de revolucionários, liderado pelo jovem advogado cubano Fidel Castro, iniciou uma luta sem tréguas contra o ditador Fulgêncio Batista (1934-1958). Depois de uma tentativa fracassada de chegar ao poder, os revolucionários embrenharam-se na Sierra Maestra e, apoiados pelos camponeses partiram para a guerra de guerrilhas.
Em janeiro de 1959, quase dois anos depois de iniciada a guerrilha, Fidel e seus companheiros, entre os quais estava o médico argentino Ernesto “Che” Guevara, conseguiram conquistar o poder, obrigando Batista a fugir do país.
As principais medidas do novo governo foram:
• a reforma agrária com distribuição de terras a 200 mil famílias;
• redução em 50% nos aluguéis, de 25% nos livros escolares e 30% das tarifas de eletricidade; • nacionalização de usinas, indústrias e refinarias.
Os norte-americanos consideraram-se prejudicados por esta última medida. Como represaria, deixaram de comprar o açúcar cubano. O governo de Fidel firmou, então, acordos comerciais com os países do bloco comunista, passando a vender o açúcar para eles.
Os EUA reagiram rompendo relações diplomáticas com Cuba em janeiro de 1961. Três meses depois, 1.500 homens treinados pela Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA) invadiram a baía dos Porcos, no litoral sul de Cuba, com o apoio aéreo dos Estados Unidos. A invasão da baía dos Porcos fracassou e centenas de norte-americanos foram presos.
Em 1962, ocorreu a “Crise dos Mísseis”, quando o então presidente norte-americano John Kennedy bloqueou a ilha por mar, ameaçando invadi-la sob a alegação de que os soviéticos tinham ali instalado mísseis nucleares. O conflito foi resolvido por meio de um acordo entre os EUA e a URSS que determinava a retirada dos mísseis soviéticos, em troca do compromisso de os norte-americanos não invadirem a ilha.
Para evitar um enfrentamento direto entre as duas superpotências, Nikita Kruschev, da URSS, retirou os mísseis de Cuba e, em troca, recebeu dos EUA o compromisso de que eles não mais atentariam contra o governo de Fidel. Mesmo assim, o governo norte-americano não retirou o embargo econômico à ilha e proibiu seus aliados de realizarem transações comerciais com Cuba. Isolada, Cuba passou a depender da URSS e a incentivar movimentos revolucionários na América Latina e em outros continentes, especialmente na África. Che Guevara, um dos líderes da guerrilha cubana na América Latina, foi assassinado na Bolívia.
Ao final da década de 1970, as tendências liberalizantes começaram a impor novos rumos na política internacional e Cuba não ficou à parte: reatou as relações diplomáticas com alguns países capitalistas, em 1975, e em 1977 o governo norte-americano, com Jimmy Carter, suspendeu a proibição aos americanos de realizarem viagens turísticas à ilha de Fidel.

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