segunda-feira, 27 de abril de 2009

Darwin e a Teoria da Evolução

A história da viagem do naturalista inglês Charles Darwin é quase tão conhecida e reverenciada quanto a de Cristóvão Colombo.Darwin iniciou em 1831 uma viagem pelo mundo a bordo do Beagle, um pequeno navio de exploração científica. Quando voltou à Inglaterra, cinco anos depois, ele trazia na bagagem um conjunto de idéias revolucionárias que mudariam para sempre a geografia da alma humana tanto quanto Colombo mudou a geografia terrestre. Darwin, como se sabe, é o autor da Teoria da Evolução.Tamanha foi a força das revelações de Darwin sobre a origem e a transformação do mundo animal, das plantas e, em especial, da humanidade, que quase ninguém consegue ter uma visão muito clara hoje em dia de como se pensavam essas coisas antes dele. Poucas revoluções tiveram esse poder. A prova de que a Terra é redonda é uma delas. Parece natural hoje em dia nos vermos habitando uma esfera que gira sobre o próprio eixo e em torno do Sol. Mas por milênios se acreditou em uma Terra plana como um campo de futebol sustentada pelos ombros fortes de um titã que se apóia sobre os cascos de tartarugas. A evolução lenta das espécies ao longo das eras formando linhagens que desembocam nos atuais seres vivos. Isso é o que acrecitava Darwin.
Quando lançou A Origem das Espécies, em 1859, o primeiro de seus livros que explicam a teoria da evolução, cientistas e intelectuais de todos os matizes foram obrigados a se posicionar diante dos argumentos do naturalista. Apesar do rigor científico das pesquisas que conduzira, suas conclusões ofendiam a todos. Conceitos arraigados havia séculos na biologia, como o de que as espécies não mudam ao longo do tempo, caíram por terra diante dos argumentos de Darwin. A criação do mundo como descrita na Bíblia foi desmontada. Entre todas as suas propostas, a mais difícil de engolir por seus contemporâneos foi a de que o homem não é um animal superior a todos os outros e tem ancestrais em comum com os macacos. "A publicação de A Origem das Espécies destituiu a vida humana de qualquer superioridade em relação aos animais, enterrou o conceito de divindade e pôs fim a milhares de anos de irracionalidade na comunidade científica e em parte da sociedade", disse o filósofo Philip Kitcher, da Universidade Columbia e autor do livro Living with Darwin (Vivendo com Darwin). Os ataques às idéias de Darwin prosseguiram por todo o século XX. O naturalista foi acusado de solapar os valores tradicionais da sociedade e de defender o determinismo genético. Os sociólogos o criticavam por reduzir a complexidade social ao resultado de ações individuais, instintivas e egoístas.Depois de quase 150 anos da publicação de A Origem das Espécies, a vitória das idéias de Darwin é inequívoca. Entre os grandes nomes que revolucionaram a maneira de pensar, como Karl Marx e Sigmund Freud, Darwin é o único cujas idéias ainda servem de base sólida para avanços extraordinários do conhecimento. Até a teoria geral da relatividade, de Albert Einstein, tem de travar uma queda-de-braço constante com seus adversários, os teóricos da física quântica. Darwin só tem inimigos fora da ciência.O desenvolvimento da genética, a partir do início do século XX, ajudou a explicar como funciona a transmissão das características hereditárias. O que Darwin tem a ver com isso? Muita coisa. A possibilidade de transmissão de características genéticas de uma geração à seguinte foi intuída por Darwin, mas ele não viveu o suficiente para ver esse mecanismo ser demonstrado. "Foi necessário um século de descobertas para que a teoria da evolução de Darwin se comprovasse plenamente, em todos os seus aspectos", disse o biólogo David Mindell, da Universidade de Michigan.O caminho de Darwin até completar suas teorias foi o do estudioso aplicado. Já a trajetória do homem por trás do cientista foi acidentada. Embora tivesse começado a escrever A Origem das Espécies em 1838, ele demorou 21 anos para publicar o volume. O naturalista sabia que suas idéias cairiam como uma bomba sobre uma sociedade habituada a buscar a verdade nas páginas da Bíblia. Em 1844, ele escreveu a um amigo dizendo que divulgar suas idéias seria "como confessar um assassinato". Em sua consciência, Darwin – que era religioso – debatia-se com questões morais aflitivas. Na juventude, pretendia tornar-se sacerdote. Foi com espanto que viu os geólogos de seu tempo concluir: que a Terra surgiu há milhões de anos (hoje se sabe que são 4,5 bilhões), e não há 6.000 anos, como querem os religiosos. À medida que seus próprios estudos sobre a evolução das espécies se desenvolviam, entravam em choque com todos os dogmas religiosos. Diante das idéias de Darwin, sua mulher, Emma, com quem teve dez filhos, temia que o casal fosse separado na eternidade – ela subiria aos céus e ele desceria ao inferno. O naturalista debateu-se com as questões da fé durante toda a vida. Por fim, declarou-se agnóstico.As idéias de Darwin, aperfeiçoadas por seus discípulos ao longo de 150 anos, são hoje um consenso entre os biólogos.
http://www.passeiweb.com/saiba_mais/voce_sabia/1_darwin_teoria_evolucao

ETNOCENTRISMO CULTURAL

Durante o século XIX os missionários cristãos em África e nas ilhas do Pacífico forçaram várias tribos nativas a mudar os seus padrões de comportamento. Chocados com a nudez pública, a poligamia e o trabalho no dia do Senhor, decidiram, paternalistas, reformar o modo de vida dos "pagãos". Proibiram os homens de ter mais de uma mulher, instituíram o sábado como dia de descanso e vestiram toda a gente. Estas alterações culturais, impostas a pessoas que dificilmente compreendiam a nova religião, mas que tinham de se submeter ao poder do homem branco, revelaram-se, em muitos casos, nocivas: criaram mal-estar social, desespero entre as mulheres e orfandade entre as crianças.
Se bem que o complexo de superioridade cultural não fosse um exclusivo dos Europeus (os chineses do século XVIII consideraram desinteressantes e bárbaros os seus visitantes ingleses), o domínio tecnológico, científico e militar da Europa, bem vincado a partir das Descobertas, fez com que os Europeus julgassem os próprios padrões, valores e realizações culturais como superiores. Povos pertencentes a sociedades diferentes foram, na sua grande maioria, desqualificados como inferiores, bárbaros e selvagens.
O etnocentrismo é a atitude característica de quem só reconhece legitimidade e validade às normas e valores vigentes na sua cultura ou sociedade. Tem a sua origem na tendência de julgarmos as realizações culturais de outros povos a partir dos nossos próprios padrões culturais, pelo que não é de admirar que consideremos o nosso modo de vida como preferível e superior a todos os outros. Os valores da sociedade a que pertencemos são, na atitude etnocêntrica, declarados como valores universalizáveis, aplicáveis a todos os homens, ou seja, dada a sua "superioridade" devem ser seguidos por todas as outras sociedades e culturas. Adoptando esta perspectiva, não é de estranhar que alguns povos tendam a intitular-se os únicos legítimos e verdadeiros representantes da espécie humana.
Quais os perigos da atitude etnocêntrica? A negação da diversidade cultural humana (como se uma só cor fosse preferível ao arco-íris) e, sobretudo os crimes, massacres e extermínios que a conjugação dessa atitude ilegítima com ambições económicas provocou ao longo da História.
Depois da Segunda Guerra Mundial e do extermínio de milhões de indivíduos pertencentes a povos que pretensos representantes de valores culturais superiores definiram como sub-humanos, a antropologia cultural promoveu a abertura das mentalidades, a compreensão e o respeito pelas normas (valores das outras culturas Mensagens fundamentais: a) Em todas as culturas encontramos valores positivos e valores negativos; b) Se certas normas e práticas nos parecem absurdas devemos procurar o seu sentido integrando-as na totalidade cultural sem a qual são incompreensíveis, c) O conhecimento metódico e descomplexado de culturas diferentes da nossa permite-nos compreender o que há de arbitrário nalguns dos nossos costumes, torna legítimo optar, por exemplo, por orientações religiosas que não aquelas em que fomos educados, questionar determinados valores vigentes, propor novos critérios de valoração das relações sociais, com a natureza, etc.
A defesa legítima da diversidade cultural conduziu, contudo, muitos antropólogos actuais a exagerarem a diversidade das culturas e das sociedades: não existiriam valores universais ou normas de comportamentos válidos independentemente do tempo e do espaço. As valorações são relativas a um determinado contexto cultural, pelo que julgar as práticas de uma certa sociedade, não existindo escala de valores universalmente aceite, seria avaliá-los em função dos valores que vigoram na nossa cultura.
Cairíamos de novo, segundo a maioria dos antropólogos, nessa atitude dogmática que é o etnocentrismo.»


RODRIGUES, Luís (2003). Filosofia 10.º ano. Lisboa: Plátano Editora.
http://www.esas.pt/dfa/sociologia/etnocentrismo.htm

DARWINISMO SOCIAL

O darwinismo social, decorrente das teorias evolucionistas de Darwin e de Spencer, considera que o conflito e a selecção natural dos mais aptos são condições da progressão social. Trata-se de aplicar ao mundo social os princípios de luta pela vida e pela sobrevivência dos melhores das sociedades animais, defendidos pela corrente evolucionista. A competição relativa à luta das espécies prolonga-se, assim, na vida social, explicando a mudança e a evolução das próprias sociedades.O evolucionismo de Spencer é cauteloso, na medida em que o autor adverte que a evolução depende de "condições diversas" que a favorecem ou inibem (relações do sistema social com o seu meio ambiente, dimensão da sociedade, diversidade, etc.). Spencer considera, igualmente, que os determinismos sociais são demasiado complexos; os indivíduos têm tendência a adaptar-se ao sistema social a que pertencem, do mesmo modo que as atitudes dos indivíduos facilitam ou inibem o aparecimento de determinado tipo social (o tipo "militar" ou o tipo "industrial", por exemplo).O darwinismo social tornou-se um argumento a favor do individualismo económico e político, contra o intervencionismo do Estado. Segundo Spencer, o Estado só deve, através do Direito, estabelecer as regras do mercado. Por sua vez, Durkheim, que segue o modelo evolutivo do darwinismo social, dando conta de tendências evolutivas na sociedade, considera (na sua obra A divisão do trabalho social ) que o desenvolvimento do individualismo - que é uma consequência da complexidade crescente da divisão do trabalho - é um aspecto fundamental na passagem das sociedades tradicionais às sociedades modernas.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A Teoria do Big Bang

"Segundo a Teoria do Big Bang, tudo se originou de uma grande explosão de um átomo primordial, depois de longos anos de estudo pode ser comprovada tal teoria. Quando observava o espaço através de um telescópio, o astrônomo americano Edwin Hubble, notou que um grupo de estrelas estavam se afastando uma das outras. Isso gerou reflexão geral de todas as teorias existentes até então, se as galáxias estão se afastando significa que elas já foram mais próximas. George Gamow juntamente com Robert Hermann e Ralph Alpher, começou a desvendar o mistério, segundo esses cientistas, as galáxias se encontravam tão próximas que ocupavam todas o mesmo espaço, a temperatura e densidade eram muito elevadas, e como se sabe que a tendência de tudo que é muito quente e muito e denso é de se esfriar e expandir, eles acreditavam que foi isso que aconteceu que tudo se esfriou o que causou a explosão. E à medida que o tempo foi passando, a matéria foi se resfriando e se agrupando, dando origem aos planetas estrelas e galáxias. Mas para a teoria ser aceita os cientistas tinham que provar que ela era verdadeira, apesar de todos os dados matemáticos apresentado havia que ter uma prova concreta do que eles propuseram na teoria. É neste momento que surgem duas novas figuras da teoria do Big Bang, Arno Penzias e Robert Wilson. Havia um chiado que não tinha explicação, pois não vinha de nenhum lugar da Terra. Era um ruído nas antenas usadas em ligações interurbanas, em Nova Jérsei, Estados Unidos. E os dois cientistas ficaram intrigados para resolver tal mistério, em busca de uma solução, Penzias acabou tomando conhecimento da teoria dos pesquisadores da Universidade de Princeton. Neste momento Gamow e seus ajudantes estavam construindo um radiotelescópio com a esperança de achar os vestígios do Big Bang. Acidentalmente Arno Penzias e Robert Wilson acabaram descobrindo o que faltava para comprovar a teoria do Big Bang, o chiado que interferia nas antenas de ligação interurbana era nada mais, nada menos que o som do Big Bang. Assim pode se dizer que é real a Teoria da Grande Explosão."
Por Eliene Percília
Equipe Brasil Escola.com

terça-feira, 21 de abril de 2009

AMÉM


Em plena 2ª Guerra Mundial, um oficial alemão tenta avisar ao Vaticano das atrocidades cometidas contra os judeus nos campos de concentração. Como suas denúncias são ignoradas, ele inicia uma campanha para obrigar o Papa a se pronunciar sobre o assunto. Dirigido por Costa-Gavras (O Quarto Poder).

Kurt Gerstein (Ulrich Tukur) é um oficial do Terceiro Reich que trabalhou na elaboração do Zyklon B, gás mortífero originalmente desenvolvido para a matança de animais mas usado para exterminar milhares de judeus durante a 2ª Guerra Mundial. Gerstein se revolta com o que testemunha e tenta informar os aliados sobre as atrocidades nos campos de concentração. Católico, busca chamar a atenção do Vaticano, mas suas denúncias são ignoradas pelo alto clero. Apenas um jovem jesuíta lhe dá ouvidos e o ajuda a organizar uma campanha para que o Papa (Marcel Iures) quebre o silêncio e se manifeste contra as violências ocorridas em nome de uma suposta supremacia racial.

domingo, 19 de abril de 2009

OS OPERÁRIOS NO SÉCULO XVIII



Com a concentração de indústrias e fusão das pequenas oficinas alimentadas pelo fenômeno da competição, grandes contingentes de operários passaram a trabalhar juntos, durante as jornadas diárias de trabalho, que se estendiam por 12 ou 13 horas de labor, dentro de condições ambientais perigosas e insalubres, provocando acidentes e doenças em larga escala. O crescimento industrial era improvisado e totalmente baseado no empirismo, uma vez que a situação era totalmente nova e desconhecida.
Ao mesmo tempo em que intensa migração de mão-de-obra se desenvolvia dos campos agrícolas para os centros industriais, surge um surto acelerado de urbanização, também sem nenhum planejamento ou orientação.
Ao mesmo tempo em que o capitalismo se consolida, cresce o volume de uma nova classe social: o proletariado. As transações se multiplicam e a demanda de mão-de-obra nas minas, nas usinas siderúrgicas e nas fábricas aumenta substancialmente. Com isso, os proprietários passam a enfrentar os novos problemas de gerência, improvisando suas decisões e sofrendo os erros de administração ou de uma nascente tecnologia. Obviamente esses erros, em muitos casos, eram cobertos pela mínima paga aos trabalhadores, cujos salários eram baixíssimos.
A par do baixo padrão de vida, da promiscuidade nas fábricas e dos tremendos riscos de graves acidentes, o longo período de trabalho em conjunto permitia uma interação mais estreita entre os trabalhadores e uma crescente conscientização da precariedade de suas condições de vida e de trabalho e da intensa exploração por uma classe social economicamente melhor favorecida.
As primeiras tensões entre a classe operária e os proprietários de indústrias não tardaram a aparecer. Os próprios Estados passaram a intervir em alguns aspectos das relações entre operários e fábricas, baixando algumas leis trabalhistas. Em 1802, o governo inglês sanciona uma lei protegendo a saúde dos trabalhadores nas indústrias têxteis. A fiscalização do cumprimento dessa lei era feita voluntariamente pelos pastores protestantes e juizes locais. Outras leis esparsas são impostas aos poucos, na medida em que os problemas vão se agravando.
Com a nova tecnologia dos processos de produção e da construção e funcionamento das máquinas, com a crescente legislação que procura defender e proteger a saúde e a integridade física do trabalhador e, conseqüentemente, da coletividade, a administração e a gerência das empresas industriais passaram a ser a preocupação permanente dos seus proprietários. A prática foi lentamente ajudando a selecionar idéias e métodos empíricos. Ao invés de pequenos grupos de aprendizes e artesãos dirigidos por mestres habilitados, o problema agora era o de dirigir batalhões de operários da nova classe proletária que se criou. Ao invés de instrumentos rudimentares de trabalho manual, o problema era o de operar máquinas, cuja complexidade aumentava. Os produtos passaram a ser elaborados em operações parciais que se sucediam, cada uma delas entregue a um grupo de operários especializados em tarefas específicas, estranhos quase sempre às demais outras operações, ignorando até a finalidade da peça ou da tarefa que estavam executando.
Essa nova situação contribuiu para apagar da mente do operário o veículo social mais intenso, ou seja, o sentimento de estar produzindo e contribuindo para o bem da sociedade. O capitalista passou a distanciar-se dos seus operários e a considerá-los uma enorme massa anônima, ao mesmo tempo em que os agrupamentos sociais, mais condensados nas empresas, geravam problemas sociais e reivindicativos, ao lado de outros problemas de rendimento do trabalho e do equipamento que necessitavam de uma rápida e adequada solução. A principal preocupação dos empresários se fixava logicamente na melhoria dos aspectos mecânicos e tecnológicos da produção, com o objetivo de produzir quantidades maiores de produtos melhores e de menor custo. A gestão do pessoal e a coordenação do esforço produtivo eram aspectos de pouca ou nenhuma importância.
Assim, a Revolução Industrial, embora tenha provocado uma profunda modificação na estrutura empresarial e econômica da época, não chegou a influenciar diretamente os princípios de administração das empresas então utilizados. Alguns empresários baseavam as suas decisões em modelos as organizações militares ou eclesiásticas bem-sucedidas nos séculos anteriores.A utilização capitalista das máquinas no sistema fabril intensifica o caráter social do trabalho, implicando em:
a) ritmos rígidos;
b) normas de comportamento estritas;
c)maior interdependência mútua.
A máquina impõe como absolutamente necessário o caráter cooperativo do trabalho, a necessidade de uma regulação social. Porém, o uso capitalista das máquinas leva a uma direção autoritária, à regulamentação administrativa sobre o operário, tendo em vista a extorsão da mais-valia pelos membros do quadro administrativo, executivos, diretores, supervisores, capatazes.
Os patrões conseguem fazer passar por simples regulamentação social o que na realidade é o seu código autoritário. Direção autoritária é objetivo capitalista que, pela chamada "racionalização do trabalho" e controle do comportamento do operário, define as garantias da cooperação. Para obter cooperação na indústria, as funções diretivas transformam-se de normas de controle em normas de repressão.
A principal conseqüência disto tudo é que a organização e a empresa modernas nasceram com a Revolução Industrial, graças a um grande número de fatores, dentre os quais podemos destacar principalmente:
a) a ruptura das estruturas corporativas da Idade Média;
b) o avanço tecnológico, graças às aplicações dos progressos científicos à produção, com a descoberta de novas formas de energia e a possibilidade de uma enorme ampliação de mercados;
c) a substituição do trabalho artesanal pelo trabalho de tipo industrial.
Fonte: Unimep

TRANSFORMAÇÕES PROFUNDAS NO SISTEMA DE PRODUÇÃO

Da calma produção do artesanato, em que os operários eram, organizados em corporações de ofício regidas por estatutos, onde todos se conheciam, em que o aprendiz, para passar a mestre, tinha de produzir uma obra perfeita perante os irmãos de ofício, que eram as autoridades da corporação, passou o homem rapidamente para o regime da produção feita por meio de máquinas, dentro de grandes fábricas. Não houve uma gradativa adaptação entre as duas situações sociais.
Houve, isto sim, uma súbita modificação de situação, provocada por dois aspectos:
1. A transferência da habilidade do artesão para a máquina, que passou a produzir com maior rapidez, maior quantidade e melhor qualidade, possibilitando uma redução no custo da produção.
2. A substituição da força do animal ou do ser humano pela maior potência da máquina a vapor (e posteriormente pelo motor), que permitia maior produção e economia.
O homem foi substituído pela máquina naquelas tarefas em que se podia automatizar e acelerar pela repetição. Com o aumento dos mercados, decorrente da popularização dos preços, as fábricas passaram a exigir grandes contingentes humanos. Aumentou a necessidade de volume e de qualidade dos recursos humanos.
A mecanização do trabalho levou à divisão do trabalho e à simplificação das operações, fazendo com que os ofícios tradicionais fossem substituídos por tarefas semi-automatizadas e repetitivas, que podiam ser executadas com facilidade por pessoas sem nenhuma qualificação e com enorme simplicidade de controle. A unidade doméstica de produção, ou seja, a oficina, o artesanato em família, desapareceu com a súbita e violenta competição, surgindo dai uma pluralidade de operários e de máquinas nas fábricas.
Esse crescimento foi acelerado graças ao abaixamento dos custos de produção que propiciou preços competitivos e um alargamento do mercado consumidor da época. Isso aumentou a demanda de produtos e, ao contrário do que se previa na ocasião, as máquinas não substituíram totalmente o homem, mas deram-lhe melhores condições de produção. O homem foi substituído pela máquina naquelas tarefas em que se podia automatizar e acelerar pela repetição. Com o aumento dos mercados, decorrente da popularização dos preços, as fábricas passaram a exigir grandes contingentes humanos. Aumentou a necessidade de volume e de qualidade dos recursos humanos. A mecanização do trabalho levou à divisão do trabalho e à simplificação das operações, fazendo com que os ofícios tradicionais fossem substituídos por tarefas semi-automatizadas e repetitivas, que podiam ser executadas com facilidade por pessoas sem nenhuma qualificação e com enorme simplicidade de controle. A unidade doméstica de produção, ou seja, a oficina, o artesanato em família, desapareceu com a súbita e violenta competição, surgindo dai uma pluralidade de operários e de máquinas nas fábricas.
Fonte: Unimep

A "SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL"

A partir de 1860, a Revolução Industrial entrou em uma nova fase profundamente diferente da I Revolução Industrial.
É a chamada 2ª Revolução Industrial, provocada por três acontecimentos importantes:
- desenvolvimento de novo processo de fabricação de aço (1856);
- aperfeiçoamento do dínamo (1873);
- invenção do motor de combustão interna (1873) por Daimler.
As principais CARACTERÍSTICAS da 2ª Revolução Industrial são as seguintes:
1. A substituição do ferro pelo aço como material industrial básico.
2. A substituição do vapor pela eletricidade e pelos derivados de petróleo como principais fontes de energia.
3. O desenvolvimento da maquinaria automática e um alto grau de especialização do trabalho.
4. O crescente domínio da indústria pela ciência.
5. Transformações radicais nos transportes e nas comunicações. As vias férreas são melhoradas e ampliadas. A partir de 1880, Daimler e Benz constroem automóveis na Alemanha, Dunlop aperfeiçoa o pneumático em 1888 e Henry Ford inicia a produção do seu modelo "T" em 1908, nos Estados Unidos. Em 1906, Santos Dumont faz a primeira experiência com o avião.
6. O desenvolvimento de novas formas de organização capitalista. As firmas de sócios solidários, formas típicas de organização comercial, cujo capital provinha dos lucros auferidos (capitalismo industrial), e que tomavam porte ativa na direção dos negócios, deram lugar ao chamado CAPITALISMO FINANCEIRO, que tem quatro características principais:
a) a dominação da indústria pelos investimentos bancários e pelas instituições financeiras e de crédito, como foi o caso da formação da United States Steel Corporation, em 1901, pela J. P. Morgan & Co.;
b) a formação de imensas acumulações de capital, provenientes de trustes e fusões de empresas;
c) a separação entre a propriedade particular e a direção das empresas;
d) o desenvolvimento das “holding companies”.
7. A expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental, e até o Extremo Oriente.
Fonte: Unimep

Inglaterra - A Revolução Industrial

"A partir de 1776, com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e a sua posterior aplicação à produção, uma nova concepção de trabalho veio modificar completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, num lapso de aproximadamente um século, foram maiores do que as mudanças havidas no milênio anterior. É o período chamado de Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e rapidamente se alastrou por todo o mundo civilizado.Revolução Industrial pode ser dividida em duas épocas bem distintas:1780 a 1860: 1ª Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro.1860 a 1914: 2ª Revolução Industrial ou revolução do aço e da eletricidade.Embora tenha se iniciado a partir de 1780, a Revolução Industrial não adquiriu todo o seu ímpeto antes do século XIX. Ela surgiu como uma bola de neve em aceleração crescente. A 1ª Revolução Industrial pode ser dividida em 4 fases:1ª fase: a mecanização da indústria e da agricultura, nos fins do século XVIII, com o aparecimento da máquina de fiar (inventada pelo inglês Hargreaves em 1767), do tear hidráulico (inventado por Arkwright em 1769), do tear mecânico (por Cartwright em 1785), do descaroçador de algodão (por Whitney em 1792), que vieram substituir o trabalho braçal e a força motriz muscular humana, animal ou ainda da roda de água. Eram máquinas grandes e pesadas, mas com incrível superioridade sobre os processes manuais de produção da época. O descaroçador de algodão tinha capacidade para trabalhar mil libras de algodão enquanto, no mesmo tempo, um escravo conseguia trabalhar cinco.2ª fase: a aplicação da força motriz à indústria. A força elástica do vapor descoberta por Dénis Papin, no século XVII, ficou sem aplicação até 1776, quando Watt inventou a máquina a vapor. Com a aplicação do vapor às máquinas, iniciam-se as grandes transformações nas oficinas, que se converteram em fábricas, nos transportes, nas comunicações e na agricultura.3ª Fase: o desenvolvimento do sistema fabril. O artesão e a sua pequena oficina patronal desapareceram para dar lugar ao operário e às fábricas e às usinas, baseadas na divisão do trabalho. Surgem novas indústrias em detrimento da atividade rural. A migração de massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das fábricas provoca o crescimento das populações urbanas, com o surgimento de favelas, redução das condições de saúde e, conseqüentemente, o aumento da mortalidade.4ª fase: um espetacular aceleramento dos transportes e das comunicações. A navegação a vapor surgiu com Robert Fulton (1807) nos Estados Unidos e logo depois as rodas propulsoras foram substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada por Stephenson, surgindo a primeira estrada de ferro na Inglaterra (1825) e logo depois nos Estados Unidos (1829). Esse novo meio de transporte propagou-se vertiginosamente. Outros meios de comunicações foram aparecendo com uma rapidez surpreendente: Morse inventa o telégrafo elétrico (1835), surge o selo postal na Inglaterra (1840), Graham Bell inventa o telefone (1876). Já se esboçam os primeiro sintomas do enorme desenvolvimento econômico, social, tecnológico e industrial e as profundas transformações e mudanças que ocorreriam com uma velocidade gradativamente maior.Com todos esses aspectos define-se cada vez mais um considerável controle capitalista sobre quase todos os ramos da atividade econômica."
Fonte: Unimep

LUDISMO

O Luddismo é o nome do movimento contrário à mecanização do trabalho trazida pela Revolução Industrial. Adaptado aos dias de hoje, o termo ludita (do inglês luddite) identifica toda pessoa que se opõe à industrialização intensa ou a novas tecnologias, geralmente vinculadas ao movimento anarcoprimitivista.
As reclamações contra as máquinas e a sua substituição em relação à mão-de-obra humana, já eram normais. Mas foi em 1811, na Inglaterra, que o movimento estourou, ganhando uma dimensão significativa.
O nome deriva de
Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas".
Para além de histórico, este termo representa também um conceito político, usado para designar todos aqueles que se opôem ao desenvolvimento tecnológico ou industrial. Estas pessoas são também chamadas de "luddites" ou "ludditas" e o movimento social é hoje conhecido como o neo-ludismo.
Para o historiador Eric J. Hobsbawn. o ludismo "era uma mera técnica de sindicalismo no período que precedeu a revolução industrial e as suas primeiras fases".
O Movimento Ludista teve o seu momento culminante no assalto noturno à manufatura de William Cartwright, no condado de York, em Abril de 1812. No ano seguinte, na mesma cidade, teve lugar o maior processo contra os ludistas: dos 64 acusados de terem atentado contra a manufatura de Cartwright, 13 foram condenados à morte e 2 a deportação para as colônias. Apesar da dureza das penas, o certo é que o movimento ludista não amainou, dado que os operários viviam em péssimas condições.
A generalização do modo de produção industrial e a criação das primeiras trade unions (sindicatos) limitaram o alcance e as possibilidades das revoltas ludistas, fazendo com que o ludismo entrasse em declínio em meados do século XIX. O ludismo não foi um fenômeno exclusivamente inglês.