sábado, 21 de junho de 2008

OS 300 DE ESPARTA



Direção: Zack Snyder
Gênero: Ação

Sinopse: O filme 300 de Esparta conta a história dos honrados guerreiros espartanos que, com uma pequena coalisão de apenas trezentos homens e alguns aliados liderados pelo rei Leônidas, conseguiram resistir por três longos dias uma invasão de centenas de milhares de Persas sob o comando do tirano rei Xerxes, travando no Desfiladeiro das Termopilas uma das mais sangrentas e heróicas batalhas da história da humanidade.

Um século depois, influência japonesa torna-se parte do Brasil







*Novembro de 1907 -- Ryu Mizuno, diretor da Companhia de Imigração do Império (Kokoku Shokumin Kaisha), assina o acordo responsável pela vinda da primeira leva de imigrantes para o Brasil.
*18 de junho, 1908 -- O Kasato Maru chega ao porto de Santos, em São Paulo, e os imigrantes são enviados para trabalhar em seis fazendas, na maioria plantações de café.
*Janeiro de 1930 -- O primeiro grupo de japoneses chega à Amazônia para ajudar a cultivar guaraná. Mais tarde, eles passam a cultivar também a juta e a pimenta-do-reino.
*1932 -- O número de imigrantes japoneses no Brasil passa de 130 mil -- quase 90 por cento deles trabalham nas fazendas.


Por Elzio Barreto
"O patriarca dos Nishimura integrava a primeira onda de imigração japonesa que começou em 1908, quando 781 agricultores pobres chegaram ao porto de Santos a bordo do navio Kasato Maru para trabalhar em seis fazendas.
O Brasil, que tinha abolido a escravidão 20 anos antes, precisava de mão-de-obra para as plantações de café, então o carro-chefe de sua economia, ao mesmo tempo em que a industrialização japonesa deixava sem trabalho sua população rural.
Um século mais tarde -- data celebrada nesta semana com a visita do príncipe herdeiro do Japão, Naruhito, a São Paulo e Santos --, há cerca de 1,5 milhão de descendentes de japoneses cuja influência sobre a sociedade brasileira envolve desde o setor agrícola e as artes marciais à arquitetura e o setor empresarial.
O príncipe Naruhito estará no país entre quinta-feira e domingo para uma série de atividades. Ele irá visitar o Pavilhão Japonês no parque do Ibirapuera e o Museu Histórico da Imigração Japonesa, em São Paulo, além de participar de uma cerimônia do centenário no Parque Ondas 21, em Santos.

CAIPIRINHA DE SAQUÊ
O bairro paulistano da Liberdade representa um pedaço de Tóquio, com vários pórticos vermelhos de templos xintoístas. Restaurantes de soba e de sushi competem com os karaokês e supermercados nos quais se pode comprar o natto e vários tipos de molho de soja.
"Eu me sinto japonês, mas, quanto aos meus hábitos, sou brasileiro", disse Kaoru Ito, 71 anos, um sobrevivente da bomba atômica de Nagasaki que chegou ao Brasil com 18 anos de idade e que canta em um karaokê da Liberdade todas as semanas.
"Eu gosto da comida brasileira, de feijoada, desse tipo de coisa", disse.
O setor dos alimentos foi um dos mais beneficiados pela mistura cultural.
Os imigrantes japoneses ajudaram a desenvolver vários tipos de frutas e vegetais inexistentes no Brasil, entre os quais o caqui, a maçã fuji e a mexerica poncã, além de contribuírem para melhorar as técnicas agrícolas e de pesca dos brasileiros, afirmou Celia Abe Oi, diretora de comunicações da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa.
"Eles mudaram os hábitos alimentares dos brasileiros", disse Oi. "Eles introduziram vários produtos que não faziam parte da dieta nacional."
Até mesmo o drinque brasileiro mais famoso, a caipirinha, ganhou uma versão japonesa com saquê. Feita com o tradicional vinho japonês de arroz no lugar da pinga, as sakerinhas tornaram-se populares em muitos bares pelo país.
A diáspora japonesa forneceu uma porta de entrada para a influência cultural em vários níveis: dos mangás ao seriado de TV "Ultraman" nos anos 1980, da arquitetura ao design.
O arquiteto Ruy Ohtake, filho da artista plástica Tomie Ohtake, disse que, apesar se suas raízes asiáticas, seus projetos são "marcadamente brasileiros".
Ele citou como exemplo seu projeto para a Embaixada do Brasil em Tóquio, realizado nos anos 1980, quando surpreendeu muitos que esperavam ver uma construção de estilo japonês.
'Algumas pessoas pensaram que eu faria algo bastante japonês. Mas minha formação deu-se toda aqui, de forma que o projeto acabou por revelar-se brasileiro.'"

sexta-feira, 20 de junho de 2008


"A cidade-estado de Esparta, situada nas beiras do rio Eurotas, na região do Peloponeso, na Grécia, foi um dos fenômenos mais fascinantes da história em todos os tempos, tão fascinante que até seus vizinhos e rivais, os atenienses , dedicaram-lhe longos estudos sobre os usos, costumes e instituições lá vigentes. Aliás é graças a eles, aos filósofos, a historiadores e pedagogos atenienses: a Platão, a Xenofonte, a Aristóteles, a Isócrates e a Plutarco , que sabemos como os espartanos viveram.

Constitucionalmente a polis espartana tinha algumas excentricidades. Por exemplo, ela era governada por uma diarquia, isto é, tinha dois reis que se revezavam no trono. Os monarcas (archangentai) descendentes das duas casas reais (a dos Agiadai e a dos Eurypontidai), eram controlados por um Senado (Gerúsia) composto de 28 senadores (gerontos), com poderes equivalentes ao dos monarcas e que atuava como uma espécie de órgão intermediário entre os cidadãos e o rei, tendo, segundo Platão, a função de lastro, dando estabilidade ao sistema.. Para o controle geral da sociedade aprovaram, em tempos posteriores, uma espécie de regime de fiscais - o eforato - composto por cinco éforos, ou magistrados, eleitos pelo povo, que controlavam todos os aspectos da vida espartana, inclusive corrigindo e censurando os reis. Devido à militarização generalizada dos costumes deles, chegaram a desenvolver uma linguagem própria, o laconismo: uma fala telegráfica que procurava expressar-se com o mínimo possível de palavras. Obviamente, numa sociedade em que não se cultivava a democracia nem o fascínio pela oratória, não era necessário um estudo muito profundo das coisas nem estimulava-se os discursos retóricos, muito menos a especulação filosófica."

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E DA ÁSIA

Ao longo do século XIX, as potências industrializadas européias adquiriram colônias e formaram grandes impérios coloniais nos continentes africano e asiático. Além das nações européias, participaram deste sistema de exploração econômica e de dominação política os Estados Unidos e o Japão.
Após a Primeira Guerra Mundial, surgiram movimentos de libertação nas áreas dominadas, mas as propostas anticolonialistas fracassaram. A partir de 1945, com o término da Segunda Guerra Mundial, inúmeras foram as transformações verificadas: a economia européia entra em crise, Estados Unidos e URSS passam a disputar a hegemonia internacional e as antigas colônias iniciam os movimentos de emancipação política - a descolonização.
Em 1947, a Índia, antiga colônia britânica, conseguiu a sua independência, enquanto que em 1948 a Birmânia também se toma independente. Na África, a Libéria, a Etiópia e a República Sul-Africana já eram independentes antes de 1945. Entretanto, foi na década de 60 que o movimento de emancipação das colônias africanas se tomou mais forte.
Acredita-se que não è extremamente importante conhecer todos os países que surgiram em conseqüência do processo de descolonização. Mais importante é, sem dúvida, analisar os instrumentos utilizados para que se efetuasse a separação política e o significado desta.
A Revolução Russa de 1917 exerceu profunda, influência nas lutas anticolonialistas. Foi deste país que partiram as primeiras manifestações sobre o direito de autodeterminação dos povos, ratificado, posteriormente, pela Carta de São Francisco, que oficialmente criou a ONU. Também as preocupações sociais dos líderes dos movimentos de libertação se identificavam com o pensamento dos revolucionários russos. Mas a idéia que causou maior impacto foi a teoria do partido. Segundo Lenin, há a necessidade de uma liderança partidária capaz de fazer avançar o movimento social. A direção dos movimentos nacionais nas áreas colonizadas viu nessa teoria o modelo ideal para o desenvolvimento da luta anticolonialistas.

O “Plano Cohen” (1937)

Contudo, o Congresso Nacional, sentindo as manobras golpistas de Vargas, o impediu de renovar o estado de sítio. Para forçar a situação, Vargas simulou a farsa do Plano Cohen, de autoria duvidosa: tratava-se de um plano supostamente comunista, que visava ao assassinato de personalidades importantes, a fim de tomar o poder. Segundo a versão dos interessados na farsa, o documento fora "descoberto" e entregue a Góis Monteiro pelo capitão Olímpio Mourão Filho, membro integralista. O nome Plano Cohen foi dado por Góis Monteiro, responsável pela divulgação alarmista por toda a imprensa.
Diante da "ameaça vermelha", o governo pediu o estado de guerra, e o Congresso concedeu. Criaram-se assim as condições para o golpe. Getúlio buscou e conseguiu o apoio do governador de Minas, Benedito Valadares; no nordeste, a missão Negrão de Lima conseguiu a adesão de vários estados.
No dia 9 de novembro de 1937, Armando de Sales Oliveira apelou para as Forças Armadas, pedindo a manutenção da legalidade. Inutilmente, pois Francisco Campos, de tendência integralista e futuro ministro da justiça, já tinha sido encarregado de redigir a nova Constituição.
No dia seguinte, usando como pretexto a necessidade de se colocar fim às agitações, Vargas decretou o fechamento do Congresso e anunciou a nova Constituição. Em 2 de dezembro de 1937, os partidos foram dissolvidos. Era o início do Estado Novo.

Mês de junho é marcado pelo Centenário da Imigração Japonesa no Brasil

Além das tradicionais festas juninas, o mês de junho de 2008 está sendo marcado pelas comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil.
O Brasil comemora, cem anos da chegada das primeiras 165 famílias japonesas nas areias de Santos, litoral de São Paulo. Atualmente, o Brasil abriga cerca de 1,5 milhão de nikkeis (descendentes de japoneses que nasceram fora do Japão), é a maior comunidade nipônica fora do Japão. No dia do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, comunidades nipônicas espalhadas por todo o país realizarão uma grande festa para comemorar essa data especial.

terça-feira, 17 de junho de 2008

A Construção do Socialismo na China

Stálin, dogmático como sempre, não acreditava na possibilidade dos comunistas tomarem o poder na China. Achava que o melhor a fazer era o PCC se aliar ao KMT para empreender uma revolução democrático burguesa. O velho esquema etapista, ou seja, como se os países fossem obrigados a cumprir as mesmas etapas na evolução histórica. Mao Tse-tung não deu ouvidos a Stálin e liderou a revolução socialista. Logo depois da tomada do poder, o governo comunista fez importantes reformas: distribuiu terra aos camponeses, acabou com a poligamia (um sujeito que tem várias esposas oficiais) e com o casamento forçado pelos pais, controlou a inflação, reconstruiu o país e ampliou os direitos sindicais. Entretanto, desde 1940 permanecia a Nova Democracia, isto é, a China continuava a ter empresários capitalistas. A idéia era uma Revolução Ininterrupta, ou seja, avançar em direção ao socialismo. É óbvio que esses empresários fizeram de tudo para boicotar o governo. Assim, a partir de 1952, começaram as grandes transformações. Com enormes manifestações operárias de apoio ao governo comunista, as grandes empresas foram encampadas pelo Estado e, pouco depois, não havia mais burgueses na China.
Desde o começo da revolução, a China recebeu bastante ajuda soviética: dinheiro, armas, tecnologia, médicos, engenheiros e pesquisadores. Os chineses tentavam construir o socialismo de acordo com as receitas da URSS. Distribuíram terras para os camponeses, criaram cooperativas rurais e fazendas do Estado, alfabetizaram milhões de adultos e deram prioridade para a indústria pesada. No primeiro Plano Quinqüenal (1953-1957) os pequenos proprietários camponeses uniram-se em cooperativas rurais e a indústria teve um razoável crescimento.Entretanto os Chineses sempre foram originais e conscientes de que deviam seguir seus próprios caminhos.No ano de 1957 o PCC lançou a campanha Cem Flores, concedendo grande liberdade para debates públicos. Mao Tsé-tung disse: "Deixai que as flores desabrochem e que floresçam as discussões". As críticas foram maiores do que se esperava. Os camponeses reclamavam que recebiam pouca atenção, operários diziam que tinham aumentos menores que a ampliação da produtividade. Alertava-se contra o crescimento do poder do Partido e sua burocratização. Preocupado com a estabilidade, o PCC censurou as críticas. A liberdade não seria total.
Em 1958, Mao Tsé-tung lançou o projeto Grande Salto Para a Frente. Toda a China foi mobilizada para que em poucos anos o país se tornasse uma potência econômica. Foi dada prioridade para o campo, estimulando as Comunas Rurais. O que é uma comuna chinesa? Uma grande fazenda com autonomia financeira, grande igualdade de salários, espécie de mini-mundo comunista, com escolas e hospitais gratuitos e até oficinas e pequenas fábricas. Para desenvolver a indústria, trabalhava-se sem parar. Inclusive nas aldeias camponesas construíram-se pequenas fornalhas onde se jogava no fogo todos os pedaços de metal encontrados. O ensino procurou levar milhares de estudantes a trabalhar na agricultura, ao mesmo tempo em que o aprendizado técnico era ligado à educação ideológica ("A política do Comando"). O Grande Salto foi um fracasso, a indústria cresceu muito pouco e as tais fornalhas no campo só serviram para desperdiçar matéria prima. Muitos hospitais e escolas rurais não puderam se sustentar por falta de recursos. Pra piorar, houve terríveis enchentes. Como se isso não bastasse, a China perdeu a ajuda da URSS.

O PIANISTA


O diretor Roman Polanski (Chinatown) leva às telas a história de um pianista polonês que precisa se esconder no Gueto de Varsóvia para sobreviver em plena 2ª Guerra Mundial. Com Adrien Brody. Vencedor de 3 Oscars.Título Original: Le PianisteGênero: Drama

Ficha Técnica
Direção:
Roman PolanskiRoteiro: Ronald Harwood, baseado em livro de Wladyslaw Szpilman Produção: Robert Benmussa, Roman Polanski e Alain SardeMúsica: Wojciech KilarFotografia: Pawel Edelman

SinopseO pianista polonês Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody) interpretava peças clássicas em uma rádio de Varsóvia quando as primeiras bombas caíram sobre a cidade, em 1939. Com a invasão alemã e o início da 2ª Guerra Mundial, começaram também restrições aos judeus poloneses pelos nazistas. Inspirado nas memórias do pianista, o filme mostra o surgimento do Gueto de Varsóvia, quando os alemães construíram muros para encerrar os judeus em algumas áreas, e acompanha a perseguição que levou à captura e envio da família de Szpilman para os campos de concentração. Wladyslaw é o único que consegue fugir e é obrigado a se refugiar em prédios abandonados espalhados pela cidade, até que o pesadelo da guerra acabe.

domingo, 15 de junho de 2008

ESPERANÇA NO SER HUMANO


A Lista de Schindler


UM LINDO E MARAVILHOSO FILME PARA SE TRABALHAR O TEMA: NAZISMO


O diretor Steven Spielberg (O Resgate do Soldado Ryan) conta a história de um empresário alemão que usou seu dinheiro e conexões para libertar judeus de campos de concentração, em plena 2ª Guerra Mundial. Com Liam Neeson, Ralph Fiennes e Ben Kingsley. Vencedor de 7 Oscars.
Ficha TécnicaTítulo Original: The Schindler's List Gênero: Drama
Tempo de Duração: 195 minutos Ano de Lançamento (EUA): 1993
Direção:
Steven SpielbergRoteiro: Steven Zaillian, baseado em livro de Thomas KeneallyProdução: Branko Lustig, Gerald R. Molen e Steven SpielbergMúsica: John WilliamsDireção de Fotografia: Janusz Kaminski
ElencoLiam Neeson (Oskar Schindler);Ben Kingsley (Itzhak Stern)Ralph Fiennes (Amon Goeth);Caroline Goodall (Emilie Schindler)Jonathan Sagall (Poldek Pfefferberg);Embeth Davidtz (Helen Hirsch)Malgoscha Gebel (Victoria Klonowska);Shmulik Levy (Wilek Chilowicz)Mark Ivanir (Marcel Goldberg);Béatrice Macola (Ingrid)Andrzej Seweryn (Julian Scherner)
Sinopse: A inusitada história de Oskar Schindler (Liam Neeson), um sujeito oportunista, sedutor, "armador", simpático, comerciante no mercado negro, mas, acima de tudo, um homem que se relacionava muito bem com o regime nazista, tanto que era membro do próprio Partido Nazista (o que não o impediu de ser preso algumas vezes, mas sempre o libertavam rapidamente, em razão dos seus contatos). No entanto, apesar dos seus defeitos, ele amava o ser humano e assim fez o impossível, a ponto de perder a sua fortuna mas conseguir salvar mais de mil judeus dos campos de concentração. relato de um dos mais negros períodos da história da humanidade. Após a invasão das tropas alemãs na Polónia, cedo a comunidade judaica foi separada e obrigada a viver em ghettos em condições sub-humanas, uns tornando-se escravos, outros sendo mortos.
Creio que é impossível ficar-se indiferente a este filme, por tudo aquilo que ele representa. Não se trata de uma obra de ficção, mas sim de um retrato da realidade que se viveu durante o período da Segunda Guerra Mundial, com o extermínio de milhares de Judeus. Spielberg foi absolutamente brutal, como teria que ser.

CENTRAL DO BRASIL


Indicação para usar em sala de aula.
TÍTULO DO FILME: CENTRAL DO BRASIL (Brasil-1998)DIREÇÃO: Walter SallesELENCO: Fernanda de Oliveira, Vinícius de Oliveira, Marília Pêra, Othon Bastos, Matheus Nachtergaele, Soia Lira, Otávio Augusto, Caio Junqueira e Stella Freitas.A emocionante viagem de Dora e Josué pelo coração do Brasil. Com direção de Walter Salles (Terra estrangeira) e Fernanda Montenegro, Marília Pêra e Vinícius de Oliveira no elenco. Recebeu duas indicações ao Oscar.

RESUMO: O filme retrata a vida de Dora e Josué. Ela, uma professora aposentada que ganha a vida escrevendo cartas para analfabetos, na maior estação de trens do Rio de Janeiro, (Central do Brasil). Ele, um garoto pobre, que com oito anos de idade perde sua mãe no Rio de Janeiro e sonha com uma viagem ao Nordeste para conhecer o pai.Dora conhece Josué, que após a perda da mãe fica perdido e entregue às várias formas de violência urbana, típicas de uma cidade grande num país subdesenvolvido. Após um grave acidente, onde Josué quase foi vitima de uma tentativa de tráfico para o exterior, Dora rendeu-se ao apelo do menino e o acompanhou em busca de seu pai e irmãos numa longa viagem para o sertão da Bahia e de Pernambuco

POPULISMO E TRABALHISMO NO BRASIL


"O conceito de populismo é usado para designar um tipo particular de relação entre o Estado e as classes sociais. Presente em vários países latino-americanos no pós-guerra, o populismo caracteriza-se pela crescente incorporação das massas populares ao processo político sob controle e direção do Estado. A intervenção estatal na economia com o objetivo de promover a industrialização também cria vínculos de dependência entre a burguesia e o Estado. No Brasil, o populismo começa a ser gestado após a Revolução de 30 e se constitui em uma derivação do regime autoritário criado por Getúlio Vargas. Tratava-se de fazer uma administração que beneficiava as elites econômicas e, ao mesmo tempo, assumir a postura de “protetor” dos grupos populares.
Vargas apresentava cada benefício feito como concessão pessoal e convencia muita gente que governava para os pobres (“pai dos pobres”). "
"O nacionalismo varguista faz crescer a oposição e o presidente aproxima-se do trabalhismo. Em dezembro de 1951 assina nova lei do salário mínimo. No ano seguinte cria a Carteira de Acidentes do Trabalho e outros benefícios, como o adicional de insalubridade. Em junho de 1953 nomeia João Goulart, conhecido como Jango, para ministro do Trabalho com a missão de reorganizar a estrutura sindical, tornando-a ainda mais ligada à máquina do governo. Em 1º de maio de 1954 aumenta em 100% o salário mínimo, que mantinha o mesmo valor desde 1943."

ESCRAVIDÃO NO BRASIL




“ BONS DIAS!”
“Neste jantar (...) levantei-me eu, com a taça de champanha e declarei que acompanhando as idéias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a liberdade a meu escravo Pancrácio; (...) a nação inteira devia acompanhar as mesmas idéias e imitar o meu exemplo; finalmente que a liberdade era um Dom de Deus, que os homens não podiam roubar sem pecado.
Pancrácio, que estava á espreita, entrou na sala como um furacão, e veio abraçar-me os pés. Um dos meus amigos (...) pegou de outra taça e pediu à ilustre assembléia que correspondesse ao ato que acabava de publicar, brindando ao primeiro dos cariocas. Ouvi cabisbaixo; fiz outro discurso agradecendo e entreguei a carta ao molecote. (...) De noite, recebi muitos cartões. Creio que estão pintando o meu retrato, (...)
No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza:
_ Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que...
_ Oh! Meu Sinhô! Fico.
_ ... Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos...
_ Artura não qué dizê nada, não, sinhô...
_ Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o papo. Tu vales muito mais que uma galinha.
_ Justamente. Pois seis mil-réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete.
Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por não me escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.
Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio; daí para cá, tenho lhe despedido alguns pontapés, um ou outro puxão de orelhas, e chamo-lhe besta quando lhe não chamo filho do diabo; cousas todas que ele recebe humildemente, e, (Deus me perdoe!) creio que até alegre.”

(Machado de Assis, ‘Bons dias’. In Diário de Notícias, p. 489-491 19/05/1888)

Quais são as sete maravilhas do mundo?


"Essas obras monumentais de arte, arquitetura e engenharia, foram erguidas pela mão do homem na Antiguidade, entre 4.600 e 2.300 anos atrás. Duas delas ficavam situadas na Grécia - a Estátua de Zeus e o Colosso de Rodes -, duas no Egito - o Farol de Alexandria e as Pirâmides de Gizé - duas na Ásia Menor, onde hoje fica a Turquia - o Templo de Artemis e o Mausoléu de Halicarnasso - e uma na Mesopotâmia, o atual Iraque - os Jardins Suspensos da Babilônia. Essa lista de maravilhas foi compilada entre 150 a.C. e 120 a.C. por filósofos gregos. A maioria dos pesquisadores aponta o escritor Antipater de Sidon como autor principal da lista, mas alguns relatos sugerem que o matemático Philon de Bizâncio pode ser o verdadeiro pai da idéia. Para selecionar as maravilhas do mundo antigo, eles levaram em consideração as informações de autores clássicos como Heródoto, relatos orais, pinturas e até imagens cunhadas em moedas. De todas essas grandiosas construções, as únicas que estão de pé até hoje são as Pirâmides de Gizé - curiosamente, elas são as obras mais antigas da lista, com mais de quatro milênios de idade. As outras foram destruídas por terremotos ou incêndios, desfiguradas por saqueadores ou simplesmente não resistiram à passagem do tempo. Mas a idéia de listar construções incríveis não ficou perdida na Antiguidade. Em 1996, a Sociedade Americana de Engenheiros Civis repetiu a criação dos gregos e selecionou sete maravilhas do mundo moderno. A lista americana traz o edifício Empire State e a ponte Golden Gate, que ficam nos Estados Unidos; a torre da Comunication Network, no Canadá; o Canal do Panamá; o Eurotúnel, que liga a França à Inglaterra; os diques de proteção às terras da Holanda; e uma construção genuinamente brasileira, a hidrelétrica de Itaipu."

Por Cíntia Cristina da Silva (Fábio Azevedo, Natal, RN)

A RESPOSTA DA SOCIEDADE



A fome e o desemprego são problema mundiais. Em 1993, o Brasil encontrou uma maneira criativa de enfrentar problemas tão complexos. A sociedade brasileira se engajou na Ação da Cidadania contra a miséria e pela Vida, criou cerca de 3 mil comitês em todos os estados, se mobilizou para aplacar fome de 32 milhões de pessoas. O resultado, tão bom quanto surpreendente, mostra que é possível enfrentar o problema. Iniciativas das mais diversas provam que a aposta na cidadania rendeu frutos. O Banco do Brasil foi um dos pioneiros e transformou suas agências bancárias em comitês da campanha contra a fome. Em cerca de 2 mil agências, de uma rede de 3 mil no país, funcionários trabalham espontaneamente pela Ação da Cidadania contra a miséria e pela Vida. Recolhem e distribuem alimentos, apoia a construção de padarias comunitárias e creches e estão presente em 1500 cidades brasileiras. Nas empresas estatais, a adesão à Ação da Cidadania foi imediata, e hoje um comitê reúne cerca de trinta empresas que apoiam a campanha das mais variadas e criativas formas. Nenhum segmento da sociedade ficou indiferente ao problema. A resposta mais criativa partiu da classe artística. Mobilizados pela causa desde o primeiro momento, artistas de todas as áreas promoveram as mais interessantes manifestações culturais. Durante meses, os teatros do Rio de Janeiro e de São Paulo apresentaram, antes do início do espetáculo, convocação para que os espectadores participassem da campanha. Ingressos eram substituídos por quilos de alimentos e a fome ganho os palcos, as telas, as salas de projeção, ganhou comerciais de TV e reuniu, num grande happening, quinhentos artistas na Semana da Arte contra a Fome, um revival da Semana da Arte Moderna de 22. Nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil cantaram contra a fome e contra a miséria em shows que se espalharam por todos o país. A mais impressionante das manifestações de apoio saiu, no entanto, da inusitada iniciativa das detentas do presídio Talavera Bruce. Foi idéia dessas mulheres presas mobilizar cerca de 4500 internos em nove presídios diferentes do Rio e doar para os comitês da Campanha as refeições a que têm direito. Foram 2,5 toneladas de alimentos que garantiram a alimentação de duzentas famílias por duas semanas de novembro do ano passado. Tudo isso e muito mais foi possível porque a sociedade apostou numa nova forma de fazer política, apostou na iniciativa de cada cidadão e cidadã, na descentralização como forma de organização, na iniciativa como forma de estimular a criatividade e as soluções próprias; apostou na parceria entre quem tem o que dar e quem precisa receber, como forma de quebrar a enorme diferença com que as classes média e alta lidam com o problema da fome e da miséria. O que se pode perceber é que a Ação da Cidadania, um ano depois de ganhar as ruas trouxe ao cidadão brasileiro uma nova forma de fazer política, com princípios e estratégias que sempre existiram de forma dispersa na sociedade. O primeiro sinal dessa mudança foi a constatação, inédita no Brasil, de que é possível agir a partir da sociedade e não a partir do Estado. Foi uma mudança no olhar e no andar político. A campanha também provou que é possível partir do concreto e singular e não do global abstrato.

Mas se a Ação da Cidadania cresceu tanto e em todas as áreas, é preciso ressaltar uma importante e decisiva adesão: a da mídia. Foi um passo e tanto na conscientização de um problema que, mesmo aos olhos de todos, era ignorado com uma indiferença tão escandalosa quanto a própria fome. Um dos primeiros comerciais veiculados nas emissoras de TV mostrava exatamente esse comportamento. Dentro de um carro, um senhor tipicamente de classe média fechava o vidro do carro quando um menino de rua, rosto triste e faminto, se aproximava para pedir dinheiro. O sinal abre, o carro anda, o menino fica com fome, A Ação da Cidadania foi o começo do fim da indiferença. Muito mais ainda precisa ser feito.

Herbert de Souza ( Betinho ) * Ano de 94