terça-feira, 20 de abril de 2010

O TENENTISMO

O TENENTISMO

O "movimento tenentista" foi a oposição mais direta ao sistema oligárquico. Pela primeira vez ocorria um movimento armado contra o governo das oligarquias, dominado pelos interesses dos grandes produtores e exportadores de café, que haviam criado uma estrutura política viciada, baseada no coronelismo e no controle sobre os "currais eleitorais".
O Tenentismo foi um movimento organizado a partir do setor intermediário do exército, que angariou a simpatia da baixa oficialidade e, em parte, refletia a situação de marginalização política da classe média e certas peculiaridades do "espírito" militar, fortemente influenciado pela ideologia positivista, expresso no ideal de salvação nacional. Os tenentes defendiam reformas políticas moralizadoras no país, com a adoção do voto secreto, a criação de uma justiça eleitoral, e um projeto industrializante com a participação do Estado.
Esse "espírito de corpo" percebido nos discursos dos tenentes, que se consideravam os únicos capazes da salvar a República das mãos das elites atrasadas, fez com que o movimento ficasse isolado do restante da sociedade; foi desprezado pelas oligarquias regionais, pelos camponeses e pelas camadas urbanas, Nesse sentido, o movimento pode ser considerado como elitizado, pois caberia apenas a esse grupo a transformação do país.

OS 18 DO FORTE

Dos diversos acontecimentos que marcaram o ano de 1922, o mais famoso ocorreu no Rio de Janeiro, tendo o dia 5 de julho como o ápice do movimento conhecido como "Os 18 do Forte".
Havia no interior do exército forte disposição contra a posse do presidente eleito Artur Bernardes, representante das elites tradicionais, criticado pelos militares. Dois episódios haviam agravado as tensões mesmo antes da eleição: a prisão do Marechal Hermes da Fonseca, então Presidente do Clube Militar, e as "cartas falsas" que teriam sido escritas pelo candidato à presidência Artur Bernardes e endereçadas ao político mineiro e Ministro da Marinha, Dr. Raul Soares - publicadas na imprensa, criticando os militares.
O Forte de Copacabana se revolta no dia 2 de julho. Era comandante do Forte o Capitão Euclides Hermes da Fonseca, filho do Marechal.
O movimento, que deveria se estender para outras unidades militares, acabou se restringindo ao Forte de Copacabana. Apesar das críticas realizadas, a alta oficialidade manteve-se fiel a "ordem" e não aderiu ao movimento, que acabou abortado nas outras guarnições.
Durante toda manhã do dia 5 o Forte de Copacabana sustentou fogo cerrado. Diversas casas foram atingidas na trajetória dos tiros até os alvos distantes, matando dezenas de pessoas. Eram 301 revolucionários - oficiais e civis voluntários - enfrentando as forças legalistas, representadas pelos batalhões do I Exército. A certa altura dos acontecimentos, Euclides Hermes e Siqueira Campos sugeriram que os que quisessem, abandonassem o forte: restaram 29 combatentes. Por estarem acuados, o Capitão Euclides Hermes saiu da fortaleza para negociar e acabou preso. Os 28 que permaneceram, decidiram então "resistir até a morte", A Bandeira do Forte é arriada e rasgada em 28 pedaços, partindo depois em marcha pela Avenida Atlântica rumo ao Leme. Durante os tiroteios, dez deles dispersaram pelo meio do caminho e os tais 18 passaram a integrar o pelotão suicida. Após a morte de um cabo, ainda no asfalto com uma bala nas costas, os demais saltaram para a praia, onde aconteceram os últimos choques. A despeito dos que tombaram mortos na areia, os remanescentes continuaram seguindo em frente. Os únicos sobreviventes foram Siqueira Campos e Eduardo Gomes, embora tivessem ficado bastante feridos.
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=336

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