"A partir de 1930, a crise da economia norte-americana afetou os países europeus. A queda dos preços das matérias-primas, dos produtos agrícolas e das exportações europeias aos Estados Unidos provocaram a quebra de numerosos bancos e o fechamento de empresas na Europa e na América. No Brasil, as exportações de café caíram drasticamente, uma vez que os norte-americanos eram os maiores compradores do produto. Alguns países adotaram uma política de intervenção do Estado na economia para amenizar os efeitos da crise. O único país que escapou dos efeitos do crack de 1929 foi a União Soviética, por causa da política de isolamento (cordão sanitário) adotada pelas nações capitalistas após a Primeira Guerra Mundial.
O mal-estar social
Os efeitos da crise econômica causaram uma crise social que se manifestou no aumento de conflitos e de protestos. Milhares de pessoas, arruinadas economicamente, foram obrigadas a viver em acampamentos e eram alimentadas por organizações humanitárias. Alguns norte-americanos que perderam todo o dinheiro com a quebra da Bolsa de Nova York se suicidaram.
A busca de soluções
Para superar a crise econômica, Franklin Delano Roosevelt empreendeu, em 1933, um programa de reformas conhecido como New Deal. Em uma primeira fase, desvalorizou o dólar, diminuiu a dívida dos agricultores e reduziu a produção de excedentes agrícolas mediante subvenções. Posteriormente, criou novos complexos industriais e começou um programa de construção de obras públicas para reduzir o desemprego. Finalmente, garantiu o direito de greve e instituiu o seguro-desemprego e seguros de invalidez e de velhice. Impulsionador do New Deal, Roosevelt, que vencera as eleições presidenciais norte-americanas de 1932 pelo Partido Democrata, foi reeleito em 1936, 1940 e 1944."
PARA LEMBRAR:
"O New Deal, que literalmente significa 'nova partilha', consistiu na substituição do liberalismo econômico clássico de Adam Smith, no qual o Estado não pode intervir na economia, por um sistema misto, de respeito à iniciativa privada, mas com a intervenção do Estado nos assuntos econômicos, além de uma forte política social."

terça-feira, 5 de abril de 2011
O CRACK DA BOLSA DE VALORES
Em 24 de outubro de 1929, conhecido como Quinta-feira Negra, as ações da Bolsa de Nova York começaram a cair lentamente. Uma tendência constante provocada pela decisão dos especuladores de vender suas ações a fim de recuperar o dinheiro investido com grande lucro. O crescimento das vendas diminuiu o valor das ações. Sem conseguir conter a queda da Bolsa, os acionistas começaram a vender para perder o mínimo. Em alguns meses, as principais ações da Bolsa perderam até 90% de seu valor.
A prosperidade econômica e as causas da crise
A insistência dos empresários norte-americanos em manter o mesmo ritmo de produção alcançado durante a Primeira Guerra ocasionou a crise. Além disso, o governo – que adotava uma política liberal – não interferia na produção. Mesmo no período anterior à crise, o aumento do nível de vida não atingiu todos os norte-americanos. O grande desemprego entre os operários e a ruína de numerosos agricultores, devido à saturação de mercado e à queda das exportações, foram os primeiros sinais da crise que avançava. A quebra da Bolsa em 1929 foi o estopim de uma crise geral da economia norte-americana, causada pela superprodução e pelo subconsumo, com desdobramentos sociais e políticos.
A crise econômica
O crack da Bolsa de Valores de Nova York provocou uma profunda crise econômica. As pessoas não conseguiam pagar as dívidas, causando a quebra de milhares de bancos e o fechamento do comércio. Ao mesmo tempo, diminuiu a produção industrial e aumentou o desemprego que, em 1933, alcançou cerca de 14 milhões de norte-americanos.
A prosperidade econômica e as causas da crise
A insistência dos empresários norte-americanos em manter o mesmo ritmo de produção alcançado durante a Primeira Guerra ocasionou a crise. Além disso, o governo – que adotava uma política liberal – não interferia na produção. Mesmo no período anterior à crise, o aumento do nível de vida não atingiu todos os norte-americanos. O grande desemprego entre os operários e a ruína de numerosos agricultores, devido à saturação de mercado e à queda das exportações, foram os primeiros sinais da crise que avançava. A quebra da Bolsa em 1929 foi o estopim de uma crise geral da economia norte-americana, causada pela superprodução e pelo subconsumo, com desdobramentos sociais e políticos.
A crise econômica
O crack da Bolsa de Valores de Nova York provocou uma profunda crise econômica. As pessoas não conseguiam pagar as dívidas, causando a quebra de milhares de bancos e o fechamento do comércio. Ao mesmo tempo, diminuiu a produção industrial e aumentou o desemprego que, em 1933, alcançou cerca de 14 milhões de norte-americanos.
O AMERICAN WAY OF LIFE

Os felizes anos 20
"Nos Estados Unidos, os felizes anos 20 (1924-1929) foram marcados pela prosperidade econômica. A melhora do nível de vida foi alcançada graças à espetacular evolução da técnica, à organização do trabalho, ao desenvolvimento das indústrias química, mecânica e elétrica, à concentração de empresas, ao consumismo acelerado e ao crescimento industrial norte-americano, estimulado pelo forte protecionismo.
O american way of life (ou 'estilo de vida americano') foi desenvolvido na década de 20, amparado pelo bem-estar econômico que desfrutavam os Estados Unidos. O sinal mais significativo deste way of life é o consumismo, materializado na compra exagerada de eletrodomésticos e veículos."
quarta-feira, 30 de março de 2011
GUERRA CIVIL ESPANHOLA

Guernica-de-Pablo-Picasso-1937
"A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) contribuiu para fortalecer o nazi-fascismo na Europa. O conflito teve início quando a monarquia da Espanha foi substituída pelo regime republicano de tendência socialista. Contra o novo governo levantaram-se os falangistas, simpatizantes do nazi-fascismo, liderados por Francisco Franco.
Os falangistas, que lutavam contra o socialismo, tiveram o apoio militar e financeiro dos governos italiano e alemão, empenhados, desde que assumiram o poder, na luta anticomunista, e que aproveitaram a oportunidade para testar novos armamentos e equipamentos militares. O governo republicano foi vencido e instaurou-se um governo totalitário liderado por Franco.
A ajuda ítalo-alemã aos falangistas foi decisiva para a vitória contra os socialistas espanhóis: em pouco tempo, a Espanha estava devastada e os mortos contavam-se aos milhares. O pintor Pablo Picasso retratou em sua obra "Guernica" a violência dos ataques fascistas, dentre os quais um destruiu a cidade que dá nome à obra: "No dia 26 de abril de 1937, uma segunda-feira (dia de feira como costume em Guernica), às 4h40 da tarde começaram a surgir os Heinkel 3, bombardeando a cidade e metralhando as ruas. Depois dos Heinkels vieram os Junkers 52, os velhos espectros da Guerra Espanhola. A população começou a abandonar a cidade, sendo metralhada na fuga. Bombas incendiárias (pesando até 450 kg) e outros explosivos foram lançados por vagas de aviões a cada vinte minutos, até as 7h45. A destruição foi total."
O golpe de estado militar, ocorrido na Espanha no dia 17 de julho de 1936, teve também profunda repercussão internacional. Alemanha e Itália apoiaram desde o início os autores do golpe. Para a Itália de Mussolini estava em jogo a preponderância no Mediterrâneo. Já a Alemanha pretendia aproveitar a ocasião para pressionar a Itália a entrar, de uma vez por todas, em seu campo, abandonando a proteção da Áustria. E de fato, no dia 1º de novembro de 1936, Mussolini proclamou a existência do "Eixo Roma-Berlin". Os três países, que encontravam na passividade geral ânimo para novas investidas territoriais, assinaram o Pacto Antikomintern, unidade para combater o comunismo internacional. O clima de tensão na Europa, diante das investidas fascistas, era cada vez mais nítido.
A Guerra Civil Espanhola tve seu fim no dia 27 de março de 1939."
Francisco Franco, falangistas e ditadura
Do Colégio Stockler*
Ditadura de Francisco Franco durou 36 anos
"O general Francisco Franco não aceitou o resultado das eleições e, com o apoio da Falange, mobilizou as tropas para impedir o estabelecimento do novo governo. A Frente Popular reagiu, e o conflito evoluiu para uma guerra civil, que teve vitória da Falange em 1939 e o estabelecimento de uma ditadura fascista que se prolongou até a morte de Franco, em 1975."
Roberson de Oliveira
Especial para a Folha de S. Paulo
domingo, 20 de março de 2011
Em discurso, Obama justifica ataque à Líbia e fala do passado político de Dilma

O presidente dos EUA, Barack Obama, chegou ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro por volta das 15h deste domingo (20), onde fez um discurso a cerca de 2.000 pessoas. Obama, sem gravata, cumprimentou os convidados em português, falou sobre o clássico de futebol entre Vasco e Botafogo, que aconteceu hoje na cidade, e brincou com os presentes. “Alô, Cidade Maravilhosa, obrigado a todo o povo brasileiro”, disse.
Obama defendeu mais uma vez a integração entre os EUA e o Brasil, falando principalmente sobre as parcerias econômicas dos dois países. O presidente elogiou ainda o etanol brasileiro.
O presidente exaltou a relação entre os dois países e defendeu o fortalecimento dos laços entre EUA e Brasil.
Obama abordou questões internacionais, citando a tragédia no Japão –que encontra no Brasil sua maior comunidade fora do país– e a atual situação no Oriente Médio. Os EUA estão junto com França, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Itália promovendo uma intervenção militar na Líbia contra a ditador Muammar Gaddafi, que está há mais de 40 anos no poder.
“Todos merecemos viver sem medo e temos o direto de escolher como seremos governados”, disse, defendendo que estes direitos não são pregados pelos EUA, mas sim são direitos universais. "Nós sabemos que o futuro do mundo árabe será determinado pelo próprio povo. Não devemos temer as mudanças", declarou. "Onde a luz da liberdade brilha, todo o mundo se torna mais brilhante. É o exemplo do Brasil."
Obama exaltou a democracia brasileira e citou as manifestações populares na Cinelândia na época das Diretas Já. O mandatário também falou sobre o passado político da atual presidente, Dilma Rousseff, como exemplo de superação. Dilma foi militante política contrária à ditadura militar e chegou a ser presa pelos militares na época. Obama ainda lembrou do passado pobre do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente ressaltou ainda os valores que considera que Brasil e Estados Unidos possuem em comum. "Nossas duas nações têm muitos desafios, mas no fim é a nossa história que nos dá maior esperança para o amanhã. Vivemos em lugares e que pessoas comuns fizeram coisas fora do comum", afirmou.
Sem mencionar as discórdias recentes entre os dois países –o polêmico acordo nuclear assinado por Brasil e Turquia com o Irã, além da saída conturbada do poder do ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya– Obama pregou o trabalho em conjunto.
"Nossos países nem sempre concordaram sobre tudo, e haverá diferenças de opiniões. Mas vim para dizer que os Estados Unidos torcem pelo sucesso do Brasil. Vamos ficar lado a lado, como parceiros iguais, munidos de respeito mútuo e de projetos que queremos realizar juntos", declarou. Durante esta visita ao Brasil, Obama não escondeu o interesse americano em participar da exploração do petróleo do pré-sal e em ser um bom comprador do combustível fóssil.
*Com informações do UOL Notícias, em São Paulo
LIÇÕES DO CÍRCULO DO FOGO
"Habitantes de um arquipélago incrustado no chamado "círculo de fogo", com passado milenar de tsunamis, terremotos e tufões, os japoneses são um povo consciente de sua vulnerabilidade, garante o historiador americano Andrew Gordon. E é justamente esse profundo entendimento dos perigos de viver sobre uma terra trêmula que os reveste de constante "sentido de prontidão", completa o pesquisador do Instituto Reischauer de Estudos Japoneses, da Universidade Harvard.
Gordon não tem dúvida de que o preparo para lidar com situações tão extremas é lição tirada do passado sísmico. Em 1923, o terremoto Kanto, considerado a pior calamidade natural já enfrentada pelo país, matou 145 mil pessoas e ajudou a definir a vida no Japão moderno. Até hoje a data de aniversário desse tremor, no mês de setembro, é reservada ao treinamento de segurança em escolas e empresas. Não é à toa que, apesar da magnitude da destruição causada pelo recente terremoto, seguido de tsunami e também de ameaça nuclear, a operação de resgate dos sobreviventes e a busca dos desaparecidos tem se dado com surpreendente calma e organização. "Nem sempre foi assim", explica Gordon, também autor de A Modern History of Japan (Oxford University Press, 2003), atentando para o fato de que muitos foram os anos de desordem e caos japonês. "Essa sociedade ordenada que vemos agora é fruto do aprendizado social do pós-guerra."
Foi também da necessidade de reerguer um país dilacerado por duas bombas atômicas que a sociedade japonesa, em meio aos esforços de reconstrução daquela que já assumiu o posto de segunda maior economia global, finalmente reencontrou a unidade e construiu seu orgulho nacional. Talvez agora, calcula o professor, se o governo conseguir manejar com eficiência a crise nas plantas nucleares do complexo Fukushima-Daiichi, tenha enfim chegado a hora de reconquistar o orgulho ferido pelo mal-estar das duas longas décadas de estagnação econômica. E, de quebra, os governantes poderão finalmente recuperar o prestígio perdido. "
Domingo, 20 de Março de 2011, 02h35
Carolina Rossetti
Gordon não tem dúvida de que o preparo para lidar com situações tão extremas é lição tirada do passado sísmico. Em 1923, o terremoto Kanto, considerado a pior calamidade natural já enfrentada pelo país, matou 145 mil pessoas e ajudou a definir a vida no Japão moderno. Até hoje a data de aniversário desse tremor, no mês de setembro, é reservada ao treinamento de segurança em escolas e empresas. Não é à toa que, apesar da magnitude da destruição causada pelo recente terremoto, seguido de tsunami e também de ameaça nuclear, a operação de resgate dos sobreviventes e a busca dos desaparecidos tem se dado com surpreendente calma e organização. "Nem sempre foi assim", explica Gordon, também autor de A Modern History of Japan (Oxford University Press, 2003), atentando para o fato de que muitos foram os anos de desordem e caos japonês. "Essa sociedade ordenada que vemos agora é fruto do aprendizado social do pós-guerra."
Foi também da necessidade de reerguer um país dilacerado por duas bombas atômicas que a sociedade japonesa, em meio aos esforços de reconstrução daquela que já assumiu o posto de segunda maior economia global, finalmente reencontrou a unidade e construiu seu orgulho nacional. Talvez agora, calcula o professor, se o governo conseguir manejar com eficiência a crise nas plantas nucleares do complexo Fukushima-Daiichi, tenha enfim chegado a hora de reconquistar o orgulho ferido pelo mal-estar das duas longas décadas de estagnação econômica. E, de quebra, os governantes poderão finalmente recuperar o prestígio perdido. "
Domingo, 20 de Março de 2011, 02h35
Carolina Rossetti
Técnica para evitar o pior
"Os japoneses aprenderam a conviver com a realidade de que habitam um país propenso a desastres naturais. Além de terremotos e tsunamis, como os da sexta-feira passada, são frequentes os tufões e as erupções vulcânicas.
Para minorar os efeitos dos terremotos, e dos tsunamis, o Japão trabalha em duas frentes - a da tecnologia e a da orientação à população. Diante das centenas de morres provocadas pelo desastre de sexta-feira, e das imagens aterrorizantes de casas, carros e até aviões sendo arrastados pela enxurrada, pode-se questionar se as medidas japonesas antiterremoto são de fato eficientes. A resposta é que sim, elas são eficientes. Mas às vezes a fúria da natureza não pode ser detida pelo engenho humano.
Para evitarem que as construções se desmanchem nos terremotos e que seus destroços façam vítimas, os japoneses usam tecnologias em que os prédios são separados do solo por molas ou esferas deslizantes. Assim, conseguem absorver os tremores. O país tem uma legislação de construção severa, revisada duas vezes nos últimos vinte anos. Uma de suas cláusulas reza que, para erguer um edifício com mais de 13 metros de altura, o engenheiro precisa ter pelo menos dois anos de experiência e ser aprovado num teste aplicado pelo Ministério da Construção.
O treinamento da população japonesa para se proteger dos efeitos de terremotos e tsunamis é intensivo e constante. Em 1960 foi criado o Dia da Prevenção de Desastres. Todo 10 de setembro - data que lembra o maior tremor da história do país, ocorrido em 1923 -, ocorrem simulações do que fazer durante os desastres. Essas simulações incluem evacuar edifícios sem pânico, desligar os registros de gás e água, esconder-se embaixo da mesa e encontrar a saída de um ambiente em chamas. Os bombeiros e o Exército encenam ações de resgate. E tradição que o primeiro-ministro participe amplamente dos treinamentos. As grandes cidades japonesas têm centros de prevenção de desastres, que funcionam o ano inteiro e onde os cidadãos podem obter informações sobre como proceder nas emergências. No dia a dia, os japoneses são incentivados a ter em casa kits com lanterna, água, alimentos enlatados, documentos com o tipo de sangue e rádio de pilha - para receber instruções durante o desastre. Toda família japonesa sabe que, em casa, é preciso prender os móveis à parede e evitar objetos pesados em lugares altos. São providências indispensáveis para um povo que conhece de perto os humores da natureza."
Veja - 14/03/2011
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