sexta-feira, 20 de junho de 2008


"A cidade-estado de Esparta, situada nas beiras do rio Eurotas, na região do Peloponeso, na Grécia, foi um dos fenômenos mais fascinantes da história em todos os tempos, tão fascinante que até seus vizinhos e rivais, os atenienses , dedicaram-lhe longos estudos sobre os usos, costumes e instituições lá vigentes. Aliás é graças a eles, aos filósofos, a historiadores e pedagogos atenienses: a Platão, a Xenofonte, a Aristóteles, a Isócrates e a Plutarco , que sabemos como os espartanos viveram.

Constitucionalmente a polis espartana tinha algumas excentricidades. Por exemplo, ela era governada por uma diarquia, isto é, tinha dois reis que se revezavam no trono. Os monarcas (archangentai) descendentes das duas casas reais (a dos Agiadai e a dos Eurypontidai), eram controlados por um Senado (Gerúsia) composto de 28 senadores (gerontos), com poderes equivalentes ao dos monarcas e que atuava como uma espécie de órgão intermediário entre os cidadãos e o rei, tendo, segundo Platão, a função de lastro, dando estabilidade ao sistema.. Para o controle geral da sociedade aprovaram, em tempos posteriores, uma espécie de regime de fiscais - o eforato - composto por cinco éforos, ou magistrados, eleitos pelo povo, que controlavam todos os aspectos da vida espartana, inclusive corrigindo e censurando os reis. Devido à militarização generalizada dos costumes deles, chegaram a desenvolver uma linguagem própria, o laconismo: uma fala telegráfica que procurava expressar-se com o mínimo possível de palavras. Obviamente, numa sociedade em que não se cultivava a democracia nem o fascínio pela oratória, não era necessário um estudo muito profundo das coisas nem estimulava-se os discursos retóricos, muito menos a especulação filosófica."

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